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segunda-feira, 24 de abril de 2017

A dança da Deusa

Há experiências que mudam mágica e completamente a vida de uma pessoa. Há alguns meses que venho tendo experiências assim e essa dança foi inspirada na mais forte de todas: no contato com o Divino através da Ayahuasca.  Não consigo, com palavras, explicar o que aconteceu, mas uma imagem materializou uma parte dessas sensações.
Um dos maiores questionamentos que eu tinha me fez pedir orientação na cerimônia na qual tomei o chá. Perguntei se a dança faz parte da minha vida por uma questão de ego, apenas para exibição, ou se é realmente algo que faz parte do meu Ser. A beleza da resposta ainda é emocionante e ainda choro de alegria ao lembrar da dança de pavões em minha volta e do final da resposta que me foi dada: a dança da Deusa.
Em um momento da cerimônia começou a tocar a música Tupinambá, do grupo Mantric Mambo e algumas mulheres ali presentes começaram a dançar. Uma delas fez meu ser transbordar de felicidade. Aquela mulher dançando, com aquela força e aquela sensualidade, foi uma das coisas mais lindas que já vi em minha vida. Era uma Deusa dançando... e aquilo tudo mudou radicalmente minha forma de dançar também.

Decidi me apresentar com essa música no evento Tribalize, que ocorreu em Brasília, no dia 15 de abril e foi organizado pelo grupo Clann (Raisa Latorraca, Amanda Zayek e Gabi Ribeiro). Precisava de uma música “feliz” e essa me veio no momento em que recebi essa orientação. O engraçado é que fiz a coreografia muito rápido, tudo fluiu... Inclusive decidi fazer um movimento que a última vez que havia feito foi quando tinha 17 anos... Inventei de treiná-lo um dia antes da apresentação e dancei com a pernas queimando, mas, como aquilo, pra mim, era uma celebração, foi perfeito! Senti um pouco daquela força que vi na mulher/Deusa.

A minha gratidão é profunda! Minha dança não é mais a mesma depois daquela cerimônia. Apesar de não ter feito algumas coisas que havia treinado, não saí com aquela sensação de que algo havia faltado. Já saí de muitas apresentações pensando: “errei tal parte da coreografia”, “devia ter treinado mais”, “fiquei nervosa”, “foi uma bosta...”. O meu ego me destruía a cada apresentação e agora está diferente, pois, usando uma frase que ouvi muito durante a Imersão que fiz no carnaval (e onde tive essa experiência fantástica): tudo é perfeito! 


Um comentário:

  1. Depoimento lindo e dança poderosa!
    Muito bom de ler essa sua experiência.

    Beijos*

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